6/2/2020 - Campinas - SP

Nelson Hossri quer CPI para apurar suposto esquema de tráfico de influência na Cohab

da assessoria de imprensa da Câmara de Vereadores de Campinas

O vereador Nelson Hossri (Podemos) utilizou a tribuna da sessão desta quarta-feira (5) para pedir a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI)com objetivo de investigar a Cohab por suposto esquema de tráfico de influência política na empresa.  Para que seja aberta uma CPI, é preciso que o parlamentar protocole um requerimento com 11 assinaturas solicitando a instauração.

Segundo Hossri, uma denúncia anônima foi enviada a ele e ao MP-SP (Ministério Público de São Paulo), e a Promotoria de Justiça do Patrimônio Público agendou oitivas e encaminhou o caso ao Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado). Pelos documentos, a denúncia relata um possível esquema de negociações de regularizações fundiárias com líderes comunitários em áreas invadidas em Campinas.

O esquema seria supostamente organizado pelo ex-secretário de Habitação e ex-presidente da Cohab, Samuel Rossilho, com a participação de Silvio Bernardin, ex-secretário de Assuntos Jurídicos, e de Vinícius Issa Lima Riverete, atual secretário de Habitação e presidente da Cohab, utilizando uma empresa de consultoria, que teria o prefeito Jonas Donizette como sócio oculto.

Fundada em junho de 2018, a empresa seria utilizada para, por meio de transações com líderes comunitários, cobrar das comunidades por serviços de consultoria sobre regularização fundiária. Para o denunciante, a tática é considerada como pagamento de propina.

 Outra modalidade de atuação, de acordo com a denúncia, seria por meio de invasões negociadas com proprietários de imóveis, em áreas atingidas por ocupações irregulares, e uma valorização dos terrenos em decorrência da urbanização dos lotes, que seriam mantidos em nome de “laranjas”. O documento ainda trata da suposta participação do ex-presidente da Cohab em empresa construtora e recicladora de resíduos na construção civil, que também teria firmado parcerias com a Cohab em Campinas.

Além de tráfico de influência, a denúncia defende que a atuação da empresa de consultoria na área de regularização fundiária de Campinas pode configurar diversos crimes contra a administração pública como advocacia administrativa, corrupção passiva e ativa e organização criminosa. “Não estou julgando ninguém, mas precisamos fiscalizar e investigar essa denúncia. São fatos graves que chegaram ao meu gabinete e, como vereador, não posso deixar de trazer esse debate ao plenário e cometer crime de prevaricação”, afirma Hossri.