13/9/2016 - Campinas - SP

Campinas planeja reduzir em 40% nº de exames realizados na rede pública

da assessoria de imprensa 

Saúde quer fazer apenas o necessário para evitar estourar o orçamento. 
Expectativa é que os testes realizados neste ano cheguem a 5 milhões.

A Secretaria de Saúde de Campinas (SP) planeja limitar os pedidos de exames de análises clínicas na rede pública do município em pelo menos 40% até o final do ano. De acordo com a administração municipal, a expectativa é que a Prefeitura feche 2016 com 5 milhões de testes, número 34% maior do que a quantidade realizada em 2015, que foi de 3,7 milhões. Segundo o Executivo, as solicitações agora vão passar por avaliação e a redução é necessária para que os exames não “extrapolem” o orçamento.

De acordo com balanço da Prefeitura, o número de pedidos de exames de janeiro a agosto deste ano chegou a 2,8 milhões. Em média, cada médico pede 12 testes por consulta. O índice, segundo a Saúde, está acima do aceitável, que seria de seis, e precisa ser diminuído para que o orçamento das outras pastas da administração não seja afetado. Apesar da limitação, o Executivo informou que a população não será prejudicada.

Os pedidos feitos pela rede privada, que antes eram aceitos automaticamente, também vão passar por avaliação prévia. Os exames de bioquímica e imunologia, considerados de alto custo, representam 50% do total de testes realizados no município e são a principal preocupação da Secretaria de Saúde.

“Não estamos proibindo nada, nós só queremos avaliar o exame para ver se ele é realmente necessário e evitar as distorções”, disse o secretário de Saúde, Cármino de Souza. Atualmente, todos os exames que são feitos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Campinas são levados para o laboratório municipal, que fica no Hospital Ouro Verde. As máquinas no local trabalham 14 horas por dia para conseguir atender a demanda.

Sem saída
A aposentada Ivonete da Silva realizou um exame de sangue na manhã desta segunda-feira (12) no Centro de Saúde do bairro São Quírino por causa de uma cólica de rim. No entanto, ela não conseguiu medir o ácido úrico porque o pedido não foi autorizado pela Prefeitura. O exame se enquadra no quadro de imunologia.

“Não tenho como pagar porque particular eu não tenho realmente como fazer. Vou ficar sem o exame e isso pode prejudicar a minha saúde”, disse aposentada.