24/09 - Show Cigarra no Trovão

Local: Parque Engenho Central


O poeta e compositor Sylvio Fraga está lançando dois novos projetos: o CD “Cigarra no Trovão” e o livro “Cardume”. Trata-se do segundo CD em sua discografia e do segundo livro de poesia de Sylvio, que já havia editado “Rosto” (2013) e “Entre Árvores” (2011).  "Me lembro de ter uns seis, sete anos, pegar meu violão, ir para o quintal da minha casa e ficar horas ali tocando, cantando, inventando letras. A minha atração pela escrita em verso também é antiga, mas veio um pouco depois. Mas diria que comecei a escrever poesia antes mesmo de ter lido livros do gênero", pontua Sylvio, que, antes de assumir-se como compositor e poeta, formou-se em Economia na PUC do Rio de Janeiro.

 

Cercado desde sempre pela música, a diversidade do que ouviu na casa dos pais abriu caminho para muitas experimentações futuras: “O que chegou primeiro para mim foi sempre algo ligado ao universo da canção. João Bosco, Rita Lee, Caetano Veloso, Yes, Paul Simon, Beatles, Michael Jackson. Depois vieram os mergulhos no jazz, na música clássica, em Tom Jobim, Milton Nascimento. Mas sob o ponto de vista da banda, chamamos nosso trabalho de música criativa. Na verdade, são cinco pessoas colocando no mesmo caldeirão suas vivências, seus sentimentos, sua influências e assim vamos tateando os caminhos em cima das composições que eu trago".

 

A banda em questão é o quinteto, formado por Bruno Aguilar no baixo, José Arimatéa no trompete, Lucas Cypriano no piano e Mac Willian Caetano na bateria, que, junto com Sylvio, criou a sonoridade do CD “Cigarra no Trovão”. Vindo de uma experiência em trio, a nova configuração veio na hora certa . "O trio foi a minha primeira banda profissional, eu tinha pouca experiência e queria extrair o máximo de poucos elementos, criar os arranjos junto com os músicos. No final da gravação do disco anterior comecei a sentir falta de algumas coisas. Chamamos o José Arimatéa e ele acabou ficando. Depois pensei em ter um baixo acústico, então chamamos o Bruno Aguilar. O Lucas Cypriano entrou na banda depois de ir a meses de ensaios como ouvinte, ou seja, todo esse processo de mudança do trio para o quinteto foi muito natural, muito orgânico".

 

Sylvio Fraga assina sozinho cinco das treze músicas e divide parcerias com Thiago Amud, Pedro Dias Carneiro, José Arimatéa, Eucanaã Ferraz e Matthew Rohrer. Trata-se de um disco de canções, como seu autor gosta de frisar: mesmo a faixa instrumental (“Nogueira”) é pensada como tal. Que não se tente rotular as canções de “Cigarra no Trovão” – é jazz? é MPB? é vanguarda? Pura perda de tempo. Experimentar possibilidades musicais, com total liberdade, é o norte da música de Sylvio e da dinâmica do grupo: "Como ensaiamos três vezes por semana, o ano inteiro, uma linguagem vai se criando entre a gente. A vida vai mudando, vai andando pra frente e não tem razão para não ser assim com a música. Não é uma vontade de fazer o novo pelo novo, tentamos resolver algum problema subjetivo dentro de nós através dos sons, como indivíduos e como coletivo”, sintetiza.

 

Já a nova safra de poemas está em “Cardume”, livro que acaba de ser editado pela 7 Letras e começou a ser escrito no período em que Sylvio cursava pós-graduação em poesia na New York University. Além de “Cardume” e “Entre Árvores”, é autor das versões do livro “O andar ao lado: três novos poetas americanos” (2013), com obras deJon Woodward,Matthew Rohrer,Matthew Zapruder. A orelha de “Cardume” leva a assinatura do também poeta e compositor Antonio Cícero, que o define como um dos melhores livros de poesia contemporânea. “Cada poema possui um equilíbrio e um ritmo expressivo próprio. E, do ponto de vista formal, é fascinante o modo pelo qual subitamente se transcende a vida cotidiana”, disse.

 

O CD Cigarra no Trovão” já está à venda nos formatos físico (com distribuição do selo Discole) e digital (pela Ingrooves). A partir do meio do ano, Sylvio Fraga embarca em um projeto cultural que vai cruzar várias cidades do país, levando música e literatura de forma itinerante e inovadora.